No âmbito da humanização dos cuidados prestados aos utentes teve início, no passado dia 8 de Novembro, mais um projecto no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, EPE (HNSR).

Trata-se do projecto “Música no Hospital” que uma vez por semana, entre as 10h00 e as 12h00, e durante 3 meses (com possibilidade de continuidade), decorrerá no Hospital de Dia de Oncologia e na Unidade de Pneumologia.

“Os hospitais têm tido, nos últimos anos, uma preocupação crescente com a qualidade de vida dos que necessitam dos cuidados de saúde hospitalares”, afirma a Dra. Ana Jorge, presidente da Associação Portuguesa de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade (APMHIS), acrescentando que este projecto “tem, no meu conceito de humanização, uma das respostas melhor concebida e mais completa”.

Acreditando que a presença de música em ambiente hospitalar é um importante contributo para a humanização destes espaços, este projecto tem como finalidade criar momentos de prazer e bem-estar, sensibilizando os presentes (doentes, familiares e profissionais) para novas experiências artísticas e culturais.

“Trata-se de uma iniciativa de carácter inovador, que procura explorar as propriedades lúdicas da música popular tradicional para, em interacção com os doentes, promover o seu bem-estar num local que lhes suscita habitualmente reacções de medo, ansiedade ou até mesmo repulsa”, afirma o Responsável da Unidade de Oncologia, Dr. Jorge Espírito Santo. E acrescenta: “Com a introdução deste espaço de animação, os doentes ganham outra imagem do Hospital, mais amiga, mais personalizada, de maior confiança e isso é de grande relevância para a forma como se relacionam com os profissionais e como passam a encarar as suas permanências na Unidade”.

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 “A música funciona como um meio de comunicação universal, ultrapassando todas as barreiras, raças, crenças e religiões, ajudando à desmistificação do uso que tem a terapêutica oncológica”, sublinha a Enfermeira-chefe da Unidade de Oncologia, Enf. Maria do Céu Parreira, acrescentando que apoia este projecto na totalidade, “pois encaro-o numa perspectiva de humanização e de abertura dos hospitais à cultura”.

Para a Presidente da APMHIS “a vinda a um serviço, com carácter regular, em dia e hora prevista, de um músico que traz um instrumento musical, objectos sonoros e a sua voz, vai quebrar a rotina e trazer a vida de fora do ‘muro hospitalar’”. A Dra. Ana Jorge  acredita, mesmo, que “a música permite criar um espaço em que as manifestações das emoções podem ter lugar facilmente, 
contribuindo para uma maior tranquilidade e bem-estar”.

De acordo com a Presidente desta Associação, este projecto teve origem em Estrasburgo, no Centre de Formation de Musiciens Intervenients (CFMI), da Universidade Marc Bloch. Em Portugal surgiu em Outubro de 2004, estando a decorrer em vários hospitais nacionais, nos Serviços de Pediatria e Obstetrícia, e em instituições para idosos, sendo efectuado por músicos estagiários. No HNSR este projecto decorrerá junto de doentes oncológicos e será realizado por músicos profissionais, com formação específica para intervenção na área da saúde, tratando-se por isso de um projecto pioneiro.

“Este projecto tem, na sua concepção, a intervenção junto das pessoas mais vulneráveis, constituindo os extremos do ciclo da vida – crianças e idosos – os dois grupos que em primeiro lugar foram objecto da intervenção”, explica a Dra. Ana Jorge, acrescentando contudo que “a pessoa com doença oncológica está também numa fase muito vulnerável da sua vida, dependente de cuidados de saúde, frequentemente traduzidas em inúmeras e regulares vindas ao hospital”.

Com o objectivo de apresentar este projecto aos doentes, profissionais e comunidade em geral, esteve patente uma exposição no átrio principal do HNSR. A mostra foi composta por várias fotografias e alguns instrumentos utilizados neste projecto. Durante a exposição estiveram presentes alguns músicos que interagiram com os utentes que passaram naquele local. 

Este projecto é da responsabilidade da Roche Farmacêutica Química, Lda, em colaboração com a APMHIS.