A distribuição foi personalizada, entre médicos prescritores e farmacêuticos.
A distribuição, entre os médicos prescritores, de um manual de terapêutica antimicrobiana no adulto, ocorrida no final de Dezembro de 2007, representou um passo importante no processo de optimização da prescrição de antibióticos no HNSR EPE.

O objectivo, ambicioso, é o apoio ao cumprimento generalizado de normas de boa prática médica nesta área. Na mesma linha de acção, a Comissão de Antibióticos tinha já editado, em Dezembro de 2006, manual idêntico, dirigido à patologia pediátrica.

Estes manuais, editados sob a forma de livro de bolso, destinam-se a acompanhar o médico, sempre e em qualquer local onde tenha que prescrever antibióticos. Contêm os protocolos terapêuticos já elaborados, dirigidos a mais de 40 patologias, quer adquiridas no Hospital quer na comunidade, exigindo ou não internamento. Incluem também as recomendações para profilaxia em cirurgia e normas orientadoras para a alteração precoce da via de administração (endovenosa-oral/entérica).

Os protocolos foram inicialmente elaborados pela Comissão de Antibióticos (ou sob a sua coordenação) e posteriormente discutidos com os restantes médicos, em reuniões realizadas nos Serviços.

Estando há mais tempo implementados os protocolos da patologia cirúrgica e pediátrica, foram ultimamente elaborados e discutidos os da área médica. As recomendações, derivadas da literatura, são actuais e, desta forma, também consensuais entre os médicos do Hospital. Prevê-se que, numa próxima revisão, haja já condições para proceder à sua adequação à flora microbiana local, nos casos em que se justifique, pelo menos no que respeita às infecções adquiridas no Hospital.

Os antibióticos (antimicrobianos) constituem um caso particular no universo dos medicamentos, já que a sua prescrição se destina a combater patologias provocadas por microrganismos, seres dotados de capacidade de adaptação, podendo tornar-se tolerantes a fármacos que anteriormente provocavam a sua morte e a resolução da doença.

Os mecanismos pelos quais estes agentes adquirem resistências são múltiplos e complexos. Uma bactéria pode tornar-se resistente a um antibiótico após alguns dias de terapêutica. Pode transmitir essa resistência a outras bactérias, antes susceptíveis.

Estes agentes resistentes, sobrevivem e proliferam, tanto melhor quanto mais eliminados forem os restantes, existentes no nosso organismo ou no ambiente, pela administração prolongada de antibióticos com largo espectro de acção. Estes fármacos devem, por isso, ser guardados para as situações em que são absolutamente necessários.

É, também, por isso, que se justifica a existência de regras próprias para a utilização destes medicamentos, regras ainda mais exigentes que para quaisquer outros, cumpridas de forma ainda mais responsável, informada e voluntária pelos médicos, primeiros defensores da correcta prescrição, em defesa do seu doente.

No Hospital, nos últimos anos, tem decrescido o consumo de antimicrobianos, quer em termos de dias de prescrição, quer em termos de despesa. Estamos, ao que parece, no bom caminho. Mas, também aqui, há muito por fazer e a qualidade só pode ser alcançada com a atribuição de condições de trabalho e motivação dos colaboradores. Tudo o que se faça no sentido contrário só servirá para perpetuar deficiências.

A Comissão de Antibióticos pretende passar, a partir deste, a outros patamares de actuação. Para já, procura-se rentabilizar o manual distribuído, o qual foi elaborado com a colaboração do Gabinete de Comunicação e Imagem e o apoio do Conselho de Administração do Hospital.

Pel’ A Comissão de Antibióticos
O Coordenador – Dr. Paulo André