O Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) foi uma das 34 instituições hospitalares que participou, de forma voluntária, no Barómetro de Internamentos Sociais, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) com suporte da EY (Ernst & Young, S.A.). O barómetro destina-se a monitorizar o prolongamento dos internamentos para além da alta clinica, problema com que se deparam as unidades hospitalares e que frequentemente está relacionado com a incapacidade de as famílias acolherem o utente ou também pela resposta exígua por parte da comunidade onde o utente se insere.

Deste primeiro estudo resultaram as seguintes conclusões: 655 camas, o equivalente a 5% do total de camas disponíveis, foram ocupadas com internamentos inapropriados, a maioria justificados pela falta de resposta da rede de cuidados continuados; 52% dos casos localizam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo e a média de tempo dos internamentos inapropriados está nos 92 dias, sendo que na generalidade dos hospitais analisados a média é de 67,2 dias.

No CHBM, a responsável do Serviço Social, Dra. Paulina Santos foi a Coordenadora Local para a recolha e comunicação dos dados, assumindo o desenvolvimento do Estudo. Na Instituição, o principal motivo dos internamentos inapropriados prende-se com a espera de resposta para integrar a rede de cuidados continuados, sendo que a média de dias de internamento é de 31 dias, abaixo da média nacional. Destes internamentos, 100% são por motivos médicos, sendo que 56% são do sexo masculino. De destacar, ainda, que 52% destes utentes têm idades compreendidas entre os 65 e os 80 anos e 28% entre os 18 e os 65 anos.

O prolongamento do internamento hospitalar, para além do período clinicamente necessário, expõe os utentes a riscos e complicações de saúde evitáveis, de que são exemplos as infeções nosocomiais, a malnutrição, as depressões, entre outros.