O Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) assinou, em outubro, o Compromisso de Honra do Programa STOP Infeção Hospitalar 2.0, um projeto do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências a Antimicrobianos da Direção-Geral da Saúde, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e com o apoio técnico-científico do Institute for Health Improvement, que vai abranger 22 instituições.

O STOP Infeção Hospitalar 2.0 tem como objetivo reduzir a incidência de cinco tipos de infeção hospitalar em 50%, no prazo de 3 anos, e vai ser implementado em 12 instituições hospitalares e consolidar-se em 10 dos 12 hospitais que participaram neste Programa entre 2015 e 2018. Recorde-se que o CHBM foi um dos hospitais selecionados na primeira edição, mediante candidatura, para implementar o Programa Stop Infeção Hospitalar 1.0. Segundo nos explica o Coordenador da Unidade Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (UL-PPCIRA), Dr. Paulo André, “foram agora constituídos seis grupos, compostos por novos e antigos hospitais participantes, nos quais os antigos terão função de tutoria para este efeito, ao mesmo tempo que cumprem eles próprios os objetivos do programa”.

Durante o triénio 2015/2018 “foram cumpridos a maior parte dos objetivos, quer a nível nacional quer local com a redução em mais de 50% da incidência das principais infeções hospitalares”, ou seja, a pneumonia associada à intubação traqueal, a infeção da corrente sanguínea relacionada com o cateter venoso central, a infeção urinária associada ao cateter vesical (algália) e a infeção do local cirúrgico na cirurgia de prótese da anca e joelho. “A nível nacional não foi conseguida a redução da infeção do local cirúrgico na cirurgia do cólon e reto, embora esse objetivo quase tenha sido conseguido no CHBM, com uma redução de 41%”, enfatiza o Dr. Paulo André.

De acordo com o Coordenador do UL-PPCIRA, a infeção adquirida durante o internamento hospitalar “é o principal evento adverso dos internamentos, é o mais frequente e o mais grave em termos de morbilidade e mortalidade, é aquele que mais põe em risco a segurança do doente e mais compromete a qualidade dos cuidados, esclarece”. Para além disso, “aumenta os tempos de internamento e os custos, consumindo assim recursos necessários à assistência na doença”, reforça.

Assim, para atingir os objetivos propostos, “pretende-se promover (ou manter, no caso dos hospitais participantes na primeira edição) mudanças culturais através da otimização de processos que se traduzam na implementação de boas práticas por parte dos profissionais”, explica o Dr. Paulo André, acrescentando que “em cada unidade hospitalar existirá uma equipa multidisciplinar de profissionais que implementarão ciclos de aperfeiçoamento de processos, que deverão conduzir a melhorias”.